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Episódio 51: Leonor Godinho

Foi há um ano e meio que Leonor Godinho assumiu a liderança da cozinha da tap room Musa da Bica, em Lisboa, com um desafio de ousadia e rebeldia: pôr os clientes a comer com as mãos e lamber os dedos. Uma proposta bem diferente de outras que Leonor teve no passado.

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O ano de 2020 não está, de todo, a ser fácil, mas Leonor Godinho, chefe da Musa da Bica, recusa-se a baixar os braços. Há um assumido sentido de resiliência, de não ficar à espera que os problemas desapareçam unicamente às custas de uma vacina. É por essa resiliência e por olhar para o copo “meio cheio” que Leonor diz que o último ano, ainda que tenha sido diferente de tudo o que esperava, foi um ano positivo.

Os desafios, quando se juntou ao projeto da Musa – a fábrica de casa de cervejas em Marvila e, mais recentemente, no cruzamento da Bica com o Cais do Sodré – eram bastante diferentes de tudo aquilo que Leonor Godinho tinha feito até então: os últimos anos tinham sido passados no Hotel Altis, em Belém, onde chegou a passar pelo restaurante Feitoria, do chefe João Rodrigues.

O fine dining ficou lá para trás. As vontades da chefe hoje são outras: na Musa da Bica não há, por exemplo, serviço de mesa. Usam-se poucos talheres e privilegia-se o uso das mãos para comer o que vem da cozinha, praticamente tudo ali mesmo preparado: das tortilhas dos tacos aos produtos fermentados, tudo com sabores fortes e provocantes, a refletir a personalidade rebelde e destemida da chefe Leonor.

The Right Stuff

A compor o ramalhete de um desafiante ano de 2020, Leonor Godinho encontrou ainda um grupo de almas gémeas na cozinha com quem tem partilhado uma série de ocasiões especiais: a começar nas Monday Takeovers no verão do Chapitô, a convite de Pedro Bandeira Abril; até aos pequenos-almoços na Fábrica da Musa das últimas semanas, onde os New Kids On The Block (é assim que se auto-intitula este coletivo de cozinheiros da nova vaga da cozinha em Portugal) têm feito grandes comezainas, de comer e chorar por mais, de forma descontraída e irreverente, mas sem nunca descurar no trabalho nem, sobretudo, nos sabores.

Foto: Ana Viotti ©

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