Duarte Lebre de Freitas é um amante de comida e um entusiasta de vinhos. É assim que ele se apresenta nas suas redes sociais. E esta semana traz ao Assim Assado o ponto de vista de um cliente de restaurantes. Como será que nos vamos sentir quando as portas voltarem a abrir?
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Nos primeiros 15 dias do pós-confinamento COVID’19 – estávamos ainda no início de Março – Duarte Lebre de Freitas viu a sua paixão e dedicação pessoal à restauração ser completamente posta em segundo plano: não queria pensar em restaurantes ou, sequer, em publicar o que quer que fosse no seu Instagram, a rede social onde, há vários anos, ganhou o hábito de partilhar de fotografias e opiniões sobre os espaços onde tanto gosta de ir. Estava tão apavorado com o momento como qualquer outra pessoa.
Quase 50 dias depois muita coisa mudou: tanto nos restaurantes, como na forma de estar deste advogado de 39 anos. “Ao princípio até tinha receio de mandar vir comida para casa. Hoje, já conhecendo as práticas, estou completamente à vontade.” E culpe-se, por isso, o excelente trabalho criativo de muitos restaurantes e chefes que, em pouco mais de mês e meio, souberam dar a volta (infelizmente, não por completo) no meio do caos.
Recuperar a confiança
No mundo da restauração já foram criadas muitas soluções – que passam, hoje em dia, pelo take away e pelas entregas em casa. Mas falta conseguir o mais importante: reabrir as casas; recuperar a confiança e voltar a tornar os restaurantes em espaços de prazer, de convívio e de encontro – que tanta falta nos fazem.
Por isso mesmo convidei Duarte Lebre de Freitas para uma conversa: para escutar a opinião de um especialista em estar sentado à mesa de um restaurante. O Duarte é neto de uma importante figura da gastronomia portuguesa – a saber: Maria Emília Cancella de Abreu, diretora da revista “Banquete”, – mas ele próprio é já hoje um nome respeitadíssimo neste universo, por ser um profundo conhecedor do atual panorama da restauração nacional, de Norte a Sul: também por isso, são já dois anos seguidos a assinar as escolhas do Guia da Condé Nast Traveler Espanha.
Nos seus tempos livres da quarentena, Duarte tem feito algumas entrevistas em direto no seu Instagram (ver aqui), numa iniciativa a que chamou “Chef de Bancada”, mas confessa ter muitas saudades de ir a restaurantes – sejam eles de fine dining, sejam tascas ou tabernas. “Sinto falta de comer bem, de estar com pessoas à mesa.” Mas também confia que o futuro pode trazer coisas boas: novas experiências de restauração, novas ideias, desafios e uma outra ousadia. O take-away e as entregas em casa terão, na ótica do gastrónomo, de fazer parte desse futuro (até porque vão continuar a ser muito necessários), mas nunca podem substituir o essencial e aquilo que é desígnio de um restaurante.