Hugo Brito é o dono e chefe do restaurante Boi-Cavalo, em Lisboa, que, em tempos de pandemia, teve que tornar-se em algo novo. O chefe recuperou o conceito Phoi-Cavalo, criado em 2017, quando era um pop-up – agora é um serviço de take away e de entregas ao domicílio.
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Foi das primeiras pessoas com quem falei, no início de março, a desafiá-lo para uma conversa para o Assim Assado. Vivia-se, na altura, um período de incerteza ainda maior do que a que vivemos agora (agora, pelo menos, já se sabe que vai ser muito difícil), mas enquanto via vários restaurantes a publicarem nas suas redes sociais o encerramento por tempo indefinido, via Hugo Brito a anunciar entregas em casa e a reativação da marca Phoi-Cavalo, com a proposta de cozinhar pho e fazer frango frito.
Tem sido esse o dia-a-dia de Hugo e do seu sub-chefe Gonçalo Garcia no restaurante de Alfama. O take away e o home delivery são a forma de manter o Boi Cavalo activo, ainda que sejam um penso rápido numa grande ferida que foi aberta há mais de um mês e que vai levar muito tempo a sarar.
Um brunch impensável
De qualquer das formas, há espaço para criar e inovar: por exemplo, um menu de brunch (ver mais informações no Instagram do Boi-Cavalo), algo que há um mês era impensável e que nem sequer se enquadrava na proposta do restaurante.
Hugo Brito fala, com franqueza e pragmatismo, sobre os próximos tempos: nada, na restauração, poderá ser como de antes, nem na forma de ser nem na forma de estar. Novas práticas que poderão levar a novas ideias e a novas criações: é uma visão real, sem deixar de ser otimista, mesmo sabendo que nem todos vão conseguir fazer a travessia no deserto. “Também se sabe que o que vai acontecer não vai ser o necessariamente justo: não vão ser os maus restaurantes a fechar e os bons a permanecer abertos. Não vão ser as pessoas que tu mais admiras que vão resistir. No fim vai haver muitos ‘corpos’ de restaurantes que tu estimavas e de pessoas que tu admiravas. E isso é algo que me entristece.”
Foto: Gonçalo F. Santos
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