Aos 41 anos, o chefe Filipe Rodrigues abriu o seu primeiro restaurante. Depois de ter passado por espaços como o Midori, Sushi Café, Arigato, o Sea Me ou o Rabo d’Pêxe, o algarvio atirou-se à sua A Taberna do Mar: 18 lugares, com balcão incluído, para explorar os sabores do mar.
Filipe Rodrigues é um apaixonado pelo mar e por todos os produtos que daí vêm. E tem um fascínio gigante pela cozinha japonesa. E é isso que o chefe procura fazer n’ A Taberna do Mar, que está situada mesmo ao lado do Miradouro da Graça, em Lisboa: uma fusão luso-nipónica.
A sabedoria e a técnica vem de lá de trás. Filipe cresceu em Portimão, filho de gentes ligadas à indústria das conservas e também à agricultura; começou a trabalhar aos 14 anos, a servir às mesas, e aos 19 veio para Lisboa para estudar na Escola de Hotelaria e Turismo do Estoril. Viu a paixão crescer e aprofundando a ligação à arte de preparar e cozinhar o peixe.
Trabalhou com nomes de referência – como o caso do chefe Paulo Morais – para depois começar ele próprio a ser uma referência na área. A Taberna do Mar é o sexto restaurante que abre – o primeiro 100 por cento seu, ainda que a meias com Hugo Gouveia, o sócio e companheiro na cozinha – e onde não podia faltar o seu prato de assinatura: o nigiri de sardinha.
A Taberna do Mar abriu há quase seis meses com uma carta que é uma espécie de manifesto de intenções de Filipe Rodrigues: apresentar as suas criações, as ideias, e dar a provar os sabores que vêm do mar, e que lhe chegam ali frescos, todos os dias, vindos de lotas bem perto de Lisboa.
As lembranças de família
São pratos que puxam das memórias pessoais de Filipe Rodrigues, como o xerém com choco, berbigão e cebolo que cruza receitas das suas avós em Portimão; o pão com pão com molho de sardinha assada (que, em fevereiro, me levou às memórias dos Santos Populares) ou o arroz malandrinho com cabeça de bacalhau e coentros – cabidela de bacalhau, se preferirem.
Atualmente, A Taberna do Mar ainda só serve jantares, mas é bem provável que daqui a uns tempos – com o aproximar do tempo mais quente – possa passar a estar aberto o dia inteiro.
Ontem, no dia em que este episódio foi colocado no ar, foi o dia em que fui à Taberna do Mar. Moro na Graça há 10 anos, amo a Graça, mas sentia sempre falta de um espaço destes. Surpresa das surpresas quando o Filipe apareceu. Agora o jantar fora vai ser sair de casa, andar uns metros e sentar-me na Taberna do Mar. Parabéns pela entrevista.